De olho nas eleições municipais, PT defende permanência de FBC a frente da Integração Nacional

          Alvo de críticas pelo direcionamento de verbas do Ministério da Integração Nacional a seu estado, Pernambuco, o ministro Fernando Bezerra ganhou, nesta sexta-feira (06), apoio da cúpula do PT e de grupos ligados ao ex-presidente Lula - preocupados com a aliança para as eleições municipais de outubro em Recife - para sua permanência na pasta. Afilhado político do governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, Bezerra passou a constar na lista de pré-candidatos à prefeitura ao transferir, recentemente, o domicílio eleitoral de Petrolina para Recife.

          Na quarta-feira (05), em entrevista coletiva, Bezerra Coelho afirmou que a decisão sobre ser ou não candidato em outubro é de seu partido, mas que a preferência na chapa municipal cabe ao PT. Segundo um partidário do ministro, o desejo de Bezerra Coelho neste momento é permanecer à frente do Ministério. Mas, caso tenha que deixar a pasta por desgaste político, seria o candidato natural do PSB em Recife.

          Ontem, o presidente do PT, Rui Falcão, divulgou nota em que afirma que “para o PT, o episódio está encerrado e não abala nem um pouco as relações políticas com o seu aliado, o PSB“. A nota foi uma forma de desautorizar petistas que cobraram explicações públicas do ministro.

          À Reuters, Falcão, que está em férias, afirmou que o partido quer esclarecer que não tem qualquer interesse no afastamento de Bezerra Coelho da pasta. O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também afirmou que não há, de parte do partido, intenção de desestabilizar o ministro e que o momento é de “desfazer especulações de fogo amigo” - isto é, de que o PT estaria tentando tomar a pasta da Integração Nacional do aliado. “Cabe à presidente, e somente a ela, cobrar explicações de seus ministros e assessores“, afirmou Humberto, em mais um recado a integrantes do PT que vieram a público pedindo que Bezerra Coelho se explique sobre os repasses de verbas para prevenção de enchentes.

          O ministro, que está em Minas Gerais visitando áreas afetadas pelas enchentes, ainda não se reuniu com a presidente Dilma Rousseff. Ela retornou na tarde de ontem a Brasília das férias na Bahia. O Planalto tem tentado contornar o desgaste político com o PSB. Na quinta-feira, a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, já havia pedido a lideranças do PT que evitassem se manifestar, cobrando explicações de Bezerra.

          A intenção é não desgastar a relação com Eduardo Campos, um dos governadores que garantiram o maior número de votos a Dilma em 2010 e que vem sendo cortejado pela oposição, com vistas às eleições presidenciais de 2014.

          Aliança - O ex-presidente Lula também está empenhado em manter o PSB e Campos como aliados próximos. Assim que terminar o tratamento que realiza para combater um câncer, Lula planeja mergulhar nas costuras para as eleições municipais de outubro, em especial para ampliar o número de capitais comandadas pelo PT. Pela aliança com o PSB e pela manutenção de um nome do PT no comando da capital de Pernambuco, Lula fez campanha aberta no final de 2011 para que Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, vencesse a indicação da Câmara dos Deputados para a vaga de ministra do TCU (Tribunal de Contas da União).

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