O envelhecimento da população brasileira e a tendência de melhora da renda, além do baixo número de hospitais e clínicas em relação ao número de habitantes no Brasil, atraem os investidores estrangeiros a buscarem oportunidades no setor de saúde do país. A estimativa é de que este mercado movimente cerca de R$ 3 bilhões até 2018, diante do interesse de grandes grupos e fundos de investimentos. Há oportunidades em diversos estados, mas a busca maior é pela região Sudeste. “Quando existe qualquer melhoria na renda, as pessoas optam pelo atendimento particular, o que torna o setor atrativo no momento”, explica o especialista em operações de M&A David Denton, da Okto Finance que já concluiu algumas transações no setor de saúde e no momento encontra no processo de conclusão de venda de outra companhia do segmento a investidores estrangeiros. Ele lembra que o interesse cresce desde o início de 2015, quando foi aprovada a medida provisória que permitiu a entrada de capital estrangeiro no setor.
Mesmo com o crescimento das clínicas populares, ainda há espaço para que novos negócios aconteçam. Segundo dados do simulador de prospecção da Econodata existem pouco mais de 14 mil unidades de atendimento hospitalar privados e que visam lucro no Brasil (classificação CNAE 8610-1). O número corresponde a uma unidade a cada 14.500 habitantes.“A população brasileira está envelhecendo, hoje temos cerca de 30 milhões de idosos e projeções dão conta de que serão mais de 40 milhões até 2030. Este dado por si só, além da carência da população por clínicas e hospitais particulares demonstram a pujança do setor para o futuro”, destaca Denton. O faturamento do setor hospitalar supera R$ 25 bilhões anuais.
Os números da Econodata incluem hospitais e clínicas de atendimento médico com mais de um sócio. No entanto, se forem considerados somente hospitais (públicos e privados), o número cai para cerca de 6.800, segundo o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde, o que dá, em média no Brasil, um hospital a cada 30.550 pessoas. “Cerca de 2.000 são privados e com fins lucrativos e a maior parte é independente. É um setor que exibe múltiplos atrativos é altamente pulverizado”. De acordo com o estudo Estatísticas de Saúde de 2014, o país tinha uma média de 2,3 leitos hospitalares (públicos e privados) para cada mil habitantes entre 2006 e 2012, a taxa é inferior à média mundial (de 2,7).
A oportunidade de investir em saúde torna-se ainda maior quando se observa os planos do governo em reduzir os gastos com o segmento. Em recente pronunciamento, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, declarou que seriam necessários somente 20% do total de hospitais públicos que existem no Brasil.
A plataforma da Econodata demonstra que, por região, a Centro-Oeste é a que se destaca em números de atendimentos hospitalares relacionados ao número de habitantes. Ao todo, são cerca de 9.700 pessoas por unidade de atendimento. A pior estatística é da região norte mais 16.500 por unidade. Já as regiões Sul, Nordeste e Sudeste ficam mais próximas da média nacional, com 13.850; 14.770 e 15.200, respectivamente.
Compliance Comunicação – Assessoria de Imprensa
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