Os preços médios dos planos de saúde particulares no Brasil

Calculadora e estetoscópio: escassos no mercado, valores de planos individuais e familiares podem atingir, em média, até R$ 1.813.

Os preços dos planos de saúde individuais e familiares podem variar entre 60 reais e 1.813 reais por mês nas operadoras de grande porte, com mais de 100 mil beneficiários. É o que apontam dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

O plano individual é o único tipo de plano que pode ser contratado pelo consumidor particularmente. Já os planos coletivos por adesão só aceitam clientes vinculados a uma associação profissional, sindicato ou órgão equivalente e os planos coletivos empresariais só podem ser contratados por empregados de empresas que ofereçam o benefício.

O tíquete médio dos planos individuais oferecidos por cada operadora de planos de saúde passou a ser divulgado pela ANS no último boletim de Dados Integrados de Qualidade Setorial, disponível no site da agência reguladora.

A entidade não divulga o tíquete médio de planos individuais de todas as operadoras, mas as empresas que tiveram a informação listada são responsáveis por 72% dos beneficiários de planos de saúde no país, o que torna a amostra representativa. A ANS opta por não incluir os dados das operadoras cujos dados são considerados inconsistentes e daquelas que estão em fiscalização.

Comparar os preços de planos de saúde pode ajudar o consumidor a economizar e planejar o orçamento para acomodar a despesa, que aumenta conforme a idade do beneficiário (veja como evitar surpresas com o plano de saúde na aposentadoria).

No entanto, o custo não deve ser o único fator analisado pelo consumidor na hora de contratar um plano. Extensão da cobertura, qualidade da rede credenciada e atendimento da operadora também devem fazer parte da decisão (veja quais são os melhores e os piores planos de saúde de 2014).

Veja a seguir quanto custam, em média, os planos individuais oferecidos por operadoras com mais de 100 mil beneficiários no país. As Unimeds de diferentes regiões aparecem separadas na lista porque, mesmo fazendo parte de uma cooperativa, suas unidades são autônomas:
OPERADORA DE SAÚDEPREÇO MÉDIO DE PLANO INDIVIDUAL POR MÊSQUANTIDADE DE PLANOS INDIVIDUAIS EM COMERCIALIZAÇÃO
Omint R$ 1.813,8412
Vitallis R$ 603,6611
Prevent Senior PrivateR$ 367,594
Central Nacional Unimed R$ 354,8415
Unimed Natal R$ 341,2914
Unimed de SantosR$ 323,235
Unimed de João PessoaR$ 316,486
Unimed de FortalezaR$ 315,2220
Unimed de Juiz de Fora R$ 310,8713
Centro Clínico GaúchoR$ 307,4716
Unimed Vitória R$ 306,652
Unimed CuritibaR$ 300,3110
Unimed Norte/Nordeste R$ 296,055
Amil R$ 288,989
Unimed de Ribeirão PretoR$ 288,779
Unimed MaceióR$ 286,4019
Unimed Campo GrandeR$ 284,4815
Unimed UberlândiaR$ 279,349
Unimed de Santa CatarinaR$ 274,3626
Unimed do ParanáR$ 271,213
Unimed Grande FlorianópolisR$ 269,3225
Unimed São GonçaloR$ 268,3116
Unimed CuiabáR$ 264,8310
Grupo Hospitalar do Rio de JaneiroR$ 262,4956
Unimed Nordeste RSR$ 257,3415
Unimed de BlumenauR$ 252,8318
Unimed GoiâniaR$ 244,4311
Unimed CampinasR$ 239,1816
SeisaR$ 234,993
Santa Helena R$ 232,265
Associação do plano de saúde da Santa Casa de SantosR$ 219,898
Unimed Belo HorizonteR$ 209,0111
Unimed de LondrinaR$ 207,6119
Unimed Vale do Taquari e Rio PradoR$ 205,3611
SobamR$ 201,8810
Unimed de PiracicabaR$ 196,925
Unimed JundiaíR$ 193,018
Unimed São José do Rio PretoR$ 191,586
Samp Espírito SantoR$ 184,228
Unimed MaringáR$ 181,0112
São FranciscoR$ 172,4234
Fundação São Francisco XavierR$ 162,288
MedisanitasR$ 158,604
Biovida R$ 152,4516
Unimed DivinópolisR$ 146,1113
Clinipam Clínica ParanaenseR$ 132,1011
Hapvida Assistência MédicaR$ 61,0576
Fonte: ANS
A lista considera apenas as operadoras de saúde de maior porte, com atuação nacional ou regional, e que atualmente comercializam planos de saúde individuais - razão pela qual a SulAmérica e a Bradesco Saúde não foram incluídas.

Entre as operadoras de planos de saúde com mais de 1 milhão de beneficiários, apenas a Amil, a Central Nacional Unimed e a Hapvida comercializam planos individuais.

Apesar de prever duas formas de contratação de planos de saúde: individual e coletivo, a lei não obriga as operadoras a comercializarem os dois tipos de produtos.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC), as opções de planos individuais disponíveis no mercado podem ser ainda menores.

Pesquisa recentemente divulgada pela associação aponta que 50% dos planos de saúde individuais e familiares com cobertura completa (ambulatorial, hospitalar e obstetrícia) que são oferecidos pelas dez maiores operadoras de cada estado não são comercializados pelas operadoras de saúde, apesar de estarem registrados na ANS.

O IDEC também verificou no levantamento que, entre as 26 capitais estaduais e Brasília, em cinco delas não há qualquer opção de plano individual dentro das características pesquisadas (Belo Horizonte, Macapá, Salvador, São Luís e Vitória). Em outras 11 capitais, somente uma operadora – a Unimed – comercializa planos de saúde individuais com essas características.

O levantamento foi feito entre os dias 18 de maio e 2 de junho. O IDEC consultou os dados do Guia ANS e, posteriormente, os confrontou com as informações fornecidas pelo atendimento telefônico das operadoras.

A ANS contesta o resultado da pesquisa do IDEC, ao apontar que, das 1.199 operadoras de planos de saúde com registro ativo no país, 78% possuem planos individuais registrados para comercialização.

Caso um beneficiário tente contratar um plano de saúde incluído no Guia da ANS e a operadora informar que ele não é mais comercializado, a ANS orientaque o problema seja relatado à agência pois a prática pode ser considerada um indício de infração.

Escassez de planos individuais prejudica o consumidor

A escassez de planos de saúde individuais é prejudicial ao consumidor, já que esse tipo de plano é o único que tem percentual máximo de reajuste de preço definido pela ANS. Esse tipo de plano também é o único que impede que a operadora rescinda o contrato por vontade própria - salvo em caso de fraude ou falta de pagamento.

Joana Cruz, advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) aponta que, como nos contratos coletivos por adesão esses pontos não são regulados, há maior liberdade para impor aumentos na mensalidade e dispensar o consumidor quando ele está doente ou idoso, o que traz insegurança financeira aos beneficiários.

Outra desvantagem é que, quanto menor a oferta de planos individuais no mercado, menor é a concorrência entre as empresas, o que pode elevar os preços cobrados pelos serviços.

A ANS afirma, em nota, que a disponibilidade de planos de saúde para comercialização no mercado, inclusive por faixas de preço, extrapola o seu poder de atuação e regulação. Os tipos de planos à venda podem ser definidos livremente por cada operadora, desde que sejam respeitadas as leis que regulamentam cada categoria de plano.

Mesmo que os reajustes de preços em planos coletivos por adesão dependam de negociações entre associações com as operadoras de saúde, a ANS aponta que monitora esses reajustes. Caso a operadora não informe o reajuste praticado, ou haja denúncia de aplicação de reajuste diferentes do informado à ANS ou previsto em contrato, as operadoras podem ser penalizadas, diz a agência.

Respostas

EXAME.com entrou em contato com as operadoras que apresentaram os tíquetes médios mais altos da lista.

A Omint, especializada em planos de saúde voltados para famílias das classes A e B+, aponta algumas características dos planos que fazem com que seu tíquete médio seja o mais elevado da lista: rede de 700 de médicos renomados credenciados, muitos exclusivos da operadora; rede hospitalar composta por hospitais de primeira linha como o Hospital Israelita Albert Einstein e Hospital Sírio Libanês; emissão de autorização para internação e realização de procedimentos cirúrgicos em até seis horas e reembolso de consultas feitas fora da rede credenciada em 24 horas.

Já a Vitallis informa que cobra de 85,96 reais a 732,59 reais por mês por seus planos individuais, de acordo com a faixa etária do beneficiário. A operadora contesta o valor divulgado pela ANS, afirmando que o preço médio real de sua carteira individual é de 140 reais. - Exame.com

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