Ministro da Saúde não acredita em vacina viável contra a dengue em 2016

O ministro da Saúde, Arthur Chioro, refutou, nesta quarta-feira (10), a possibilidade de haver uma vacina contra a dengue viável e distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) já no verão de 2016. Apesar de o Laboratório Sanofi Pasteur já ter dado entrada no registro da vacina na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ele acredita que o agente não seria eficiente no controle do surto brasileiro.
Segundo Chioro, a perspectiva de utilização dessa vacina pelo SUS não anima o governo. Ela apresenta resposta imunológica de 62% e de prevenção de casos graves de 83% a 84%, depois de três doses de aplicação. Entretanto, sua utilização não é recomendável em idosos e crianças, grupos populacionais mais vulneráveis, observou o ministro. Além disso, a imunização é demorada, e nem mesmo os laboratórios públicos teriam capacidade de produzir as doses suficientes para atender aos cidadãos já no ano que vem.
“Uma vacina conseguir chegar ao registro não significa que será incorporada ao SUS. Ela precisa ser necessária, boa, qualificada, ter segurança, ter resposta e um custo adequado, para tomarmos a decisão técnica e política de incorporá-la ao calendário nacional de vacinação”, explicou, em audiência pública da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) sobre a dengue.
O ministério acompanha as pesquisas de quatro institutos para a criação de uma vacina contra a dengue, em especial a do Instituto Butantan, em parceria com o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, e a da Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com o Laboratório GSK. Há ainda um instituto japonês com pesquisa em fase adiantada. As dos laboratórios brasileiros, observou Chioro, quando estiverem prontas, serão eficazes contra as quatro cepas do vírus em circulação.
“Temos é que investir na capacidade de prevenção. Prometer uma vacina no curto prazo que não chegará só desarma a população e os profissionais de saúde pública”, alertou.
Fonte: Agência Senado

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