Estudo da Ceplan prevê recuperação da economia de Pernambuco apenas no segundo semestre de 2017

Estudo da Ceplan prevê recuperação da economia de Pernambuco apenas no segundo semestre de 2017Num cenário de crise econômica, política, moral e institucional, a Ceplan Consultoria Econômica e Planejamento, apresentou ontem, 14, a executivos e empresários associados à Câmara Americana de Comércio (Amcham Recife), a XXI Análise Ceplan, um estudo da conjuntura econômica de 2016 e das perspectivas para 2017 elaborado pelos economistas da consultoria.

Na apresentação, o economista e sócio diretor da Ceplan, Jorge Jatobá, traçou perspectivas para 2017 baseadas nos números e cenários de 2016 revelando que, apesar dos resultados, os empresários que responderam às sondagens setoriais de novembro, estão mais otimistas do que estavam há um ano atrás. Uma das justificativas pode ser a queda da inflação e a desaceleração da queda do Produto Interno Bruto (PIB) que apresentou uma redução de 2,9% no último trimestre – quase metade da registrada no primeiro trimestre, de 5,4%. A inflação de novembro, apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) da Fundação Getúlio Vargas, de 6,99% tende a convergir nos próximos meses para o intervalo situado entre o centro (4,5%) e o teto da meta (6,5%).

Mas a realidade econômica do país revela declínios acentuados no PIB total e por setor de janeiro a setembro de 2016 em comparação com o mesmo período de 2015. O maior deles é o da Agricultura, de -6,9%, seguido pelo da Indústria, de -4,3%, e que refletem-se na redução de 7,4% na arrecadação de impostos.

Pelo lado da demanda, o impacto aparece na diminuição de 11,6% nos investimentos e de 4,7% no consumo das famílias brasileiras, os dois maiores motores do crescimento econômico do país.

Como a necessidade de se manter a roda da Economia girando e resgatar o país da quebradeira é maior, os juros começaram a cair, encerrando novembro de 2016 com uma taxa de 13,5% ao ano. A queda da inflação pode abrir espaço para um declínio mais acentuado dos juros, reduzindo seu impacto fortemente negativo sobre as contas públicas e sobre o nível de atividade econômica.

Para os que apostam no mercado externo, o ano termina favorável graças à valorização do Real frente ao dólar, incentivando o aumento das exportações – até setembro deste ano, elas cresceram 5,2%, enquanto as importações caíram 13,1%, refletindo a retração da economia brasileira. Com isso, aparece a recuperação da balança comercial que, pelas projeções do Banco Central, deve encerrar o ano com um saldo de US$ 49 bilhões.

“À crise fiscal da União soma-se agora a dos estados que difere entre as unidades da federação, mas que repousam em causas estruturais agravadas pela conjuntura econômica adversa”, afirma Jorge Jatobá. 

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