Ministro Mantega admite aumentar juros para manter rédeas sobre inflação

Mantega/Foto: AgênciaO ministro da Fazenda, Guido Mantega disse hoje, em São Paulo, que o controle da inflação é tão importante quanto a solidez fiscal e avaliou que o governo tem cumprido metas para o IPCA nos últimos anos. “Nos últimos cinco anos estamos cumprindo meta de inflação”. Mantega admitiu que o governo não titubeará em adotar medidas impopulares, como a alta na Selic.
O governo tem dado atenção ao combate da inflação e posso assegurar que em 2013 não será diferente. Vamos tomar medidas, mesmo que não populares, como o ajuste na taxa de juros”, disse.
Mantega garantiu que o cenário político – já que em 2014 haverá a eleição para presidente – não influenciará nas ações do governo para combater a alta nos preços. “Não nos pautamos por calendários políticos; a área economia não se pauta por calendários políticos”, garantiu.
Ele lembrou que ano passado houve a valorização do real e isso causou inflação, com um ajuste posterior na moeda norte-americana. “Essa inflação é passageira e se câmbio não sofrer novas quedas, não afetará inflação”
O ministro disse que o câmbio é menos valorizado hoje que no passado e que as mudanças em curso no Brasil demoram para surtir efeitos. O ministro avaliou ainda que o juros altos levaram o setor produtivo a fazer operações financeiras e que “quando se reduz juros, o setor produtivo investe”, disse. “Está havendo uma transição de juros altos para aumento de produção”.
O ministro afirmou ainda que a “a economia tem que se adaptar a um câmbio mais baixo” e voltou a citar o programa de desonerações implantado no País pelo governo. “Estamos implantando no Brasil um forte programa de desonerações. O programa de desonerações é muito ousado, pois a carga tributária é alta no Brasil”, disse.
Segundo ele as desonerações chegam a 1% do PIB e atingirão R$ 70 bilhões em 2013. “Para 2014 está programada uma desoneração de R$ 88 bilhões, quase 2% do PIB”, disse o ministro, citando que 42 setores já estão sendo beneficiados pela desoneração da folha e outros engrossarão o grupo.
O ministro disse ainda que a reforma do ICMS ainda tem chance de ser aprovada no primeiro trimestre deste ano e que a próxima reforma será a do PIS/Cofins.“Além disso, desde 1999, praticamos superávit primário elevado e diminuindo déficit. Temos solidez fiscal e nossa dívida agora está próxima de 35% do PIB”,concluiu.
Atividade
Mantega afirmou que expectativa para o crescimento da economia brasileira é positiva para 2013, com a melhora do cenário internacional. Segundo ele, a previsão é que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) seja de 3,5% neste ano e de 4,1% no ano que vem, “melhor do que em 2012, que foi ruim“. (Fonte: Estadão)

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