Mantega derruba dólar, mas BC atua e moeda tem leve alta ante o real

Após declarações à Reuters do ministro da Fazenda, Guido Mantega, fazerem o dólar despencar 1 por cento logo no início da sessão, uma intervenção do Banco Central fez a divisa encerrar esta sexta-feira praticamente estável e em torno de 1,97 real.
Mantega afirmou na noite de quinta-feira que o governo não deixaria o dólar ceder a 1,85 real, fazendo o mercado testar novos patamares de mínima na tentativa de descobrir qual seria o limite tolerado pelo BC. Este, por sua vez, indicou com sua intervenção no final da manhã que 1,95 real pode ser esse novo piso informal.
O dólar encerrou em leve alta de 0,05 por cento, a 1,9730 real na venda, mantendo-se no menor nível de fechamento desde 11 de maio de 2012, quando a divisa encerrou a 1,9560 real. Na semana, o dólar caiu 0,80 por cento. Segundo dados da BM&F, o volume negociado ficou em 3 bilhões de dólares.
“Ele (Mantega) veio com esse pronunciamento do 1,85 real, o mercado entendeu que estava muito longe do piso e então começou a vender dólar”, afirmou o economista da XP Investimentos, Daniel Cunha.
“Com a fala do Mantega, o mercado já abriu muito apreciado, e aí veio o leilão (do BC) e pegou todo mundo de surpresa”, resumiu um operador de um grande banco nacional em condição de anonimato.
Logo no início da sessão, o dólar bateu 1,9510 real na mínima do dia, com o mercado buscando novos pisos após a entrevista de Mantega. A fala veio após o pregão agitado da véspera, quando o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, expressou preocupações com a inflação e fez o dólar cair 0,82 por cento.
Em resposta à rápida valorização do real, no final desta manhã o BC anunciou um leilão de swap cambial reverso, equivalente a uma compra de dólares no mercado futuro e que ajuda a puxar o dólar para cima. O BC não realizava leilões de swap cambial reverso desde o final de outubro.
Uma fonte do governo já havia mostrado desconforto com o movimento do mercado na manhã desta sexta-feira, ao dizer à Reuters que a apreciação do real ante o dólar estava sendo “um tanto exagerada” diante dos fundamentos da economia brasileira e expectativas para a moeda.

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