42% dos beneficiários do programa Bolsa-Família continuam atingidos pela miséria


          A presidente eleita, Dilma Rousseff, não terá dificuldade para encontrar a pobreza absoluta que ela prometeu erradicar até o fim do mandato como um dos principais compromissos da campanha. Quase 5,3 milhões de famílias, a grande maioria dos brasileiros que permanecem na condição de miseráveis, já são beneficiárias do programa de transferência de renda Bolsa-Família.

          O valor pago mensalmente pelo programa, que varia de 68,00 a 200,00 reais para as famílias que vivem em pobreza mais aguda, não é suficiente para pouco mais de 40% dos atendidos superarem a miséria. A condição de pobreza extrema é definida pela renda de até R$70,00 mensais por pessoa da família, segundo as regras do programa; miseráveis são pessoas que vivem com renda de até R$ 2,30 por dia.

          O número de famílias que permanecem na extrema pobreza, apesar de receberem o benefício do Bolsa-Família, aparece em levantamento inédito do Ministério do Desenvolvimento Social. Nos últimos anos, o ministério vinha se recusando a divulgar esse tipo de informação.

          Entre as 12,7 milhões de famílias beneficiadas pelo Bolsa-Família, 7,4 milhões (58%) encontram-se na faixa de renda entre 70,00 e 140,00 reais mensais por pessoa da família. Dessas, 4,4 milhões (35% do total dos beneficiários) superaram a condição de extrema pobreza com o pagamento do benefício. Mas ainda restam 5,3 milhões (42%) de miseráveis no programa.

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