
“Logo que o resultado foi divulgado eu pedi para a assessoria jurídica do município ingressar com um pedido formal junto ao IBGE pedindo a recontagem”, disse o prefeito Brasilino José da Silva (DEM). De acordo com ele, cerca de 1.500 moradores deixam todos os anos a cidade para trabalhar como “lenheiros” principalmente em Jundiaí e Louveira (municípios do interior de São Paulo). “Essas pessoas ficam seis, sete meses longe de casa e não foram recenseadas”, afirmou.
Silva disse que os recenseadores tinham conhecimento da “migração” temporária. “Eu falei com uma pessoa contratada pelo IBGE, mas ela não aceitou os meus argumentos.” Segundo o prefeito, a redução no número de habitantes vai provocar um efeito cascata. “A prefeitura terá menos dinheiro e, ao mesmo tempo, não teremos alternativa a não ser demitir e suspender obras que estão sendo realizadas na zona rural.”
O secretário municipal da Administração, Hercílio Pereira Rocha, tem a mesma opinião. “Se houver corte nas verbas não teremos como administrar a cidade nos mesmos moldes de hoje.” Com 326 funcionários, a Prefeitura de Maetinga arrecada cerca de R$ 600 mil por mês e gasta mais da metade (R$ 320 mil) apenas com a folha de pagamento e os encargos. “Se não houver recontagem, podemos perder até 40% da verba, o que seria um desastre”, disse o secretário.
O prefeito acrescentou que é comum trabalhadores do Nordeste serem contratados temporariamente por empresas ou fazendeiros do interior de São Paulo. “Eu mesmo já trabalhei como motorista e frentista em São Paulo para garantir o sustento de minha família”, contou.
A coordenadora estadual do Censo na Bahia, Ana Maria Loureiro Pereira, disse que acha “muito difícil” que a recontagem seja realizada.
“Encerramos preliminarmente o censo no último dia 4 e todas as pessoas que não foram recenseadas tiveram um prazo de 20 dias para se comunicar com a gente. Fizemos uma ampla campanha e não fomos procurados pela Prefeitura de Maetinga“, disse. (Fonte: UOL)
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