Empresários e pesquisadores apostam no suco de uva como fonte alternativa de renda no Vale do São Francisco

A qualidade do suco de uva, elaborado no Laboratório de Enologia da Embrapa Semiárido, desperta o interesse de empresários e agricultores pelos processos técnicos e agronômicos pesquisados na instituição. Com bons resultados obtidos em testes experimentais, o processamento em nível comercial já é levado em consideração por futuros investidores no submédio do vale do São Francisco.

A região possui uma vantagem comercial interessante: pode produzir de duas a três safras por ano, a depender do ciclo da variedade cultivada, ressalta o engenheiro agrônomo Giuliano Elias Pereira, supervisor do laboratório e pesquisador em Enologia da Embrapa Uva e Vinho e Embrapa Semiárido. Além disso, há informações técnicas consolidadas em vários estudos da equipe de pesquisa. Um destes estudos refere-se ao desempenho e manejo de cultivares nas condições quente e seca do sertão nordestino, e pelo uso nos processos de transformação das uvas em suco.

As variedades americanas da espécie “Vitis labrusca” são as recomendadas para o cultivo, se o objetivo do agricultor ou empresário for a elaboração de suco para o mercado nacional. Elas são mais rústicas e podem ser manejadas para a produção mesmo no primeiro semestre, quando as chuvas são mais intensas no Nordeste. Neste período, é praticamente impossível a colheita das uvas finas para mesa européias da espécie Vitis vinifera, enquanto que as americanas são mais tolerantes e podem ser colhidas durante praticamente todo o ano, através do escalonamento das parcelas de produção, garante Giuliano.

“A bebida tem grande aceitação no mercado e pode vir a se firmar como uma excelente alternativa para o setor vitivinícola e transformar o Vale do São Francisco num importante polo produtor de suco”, destaca.

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