O estilo Maciel de fazer política

Com estilo discreto, mantendo-se longe dos holofotes políticos e sem se envolver em questões polêmicas, o senador Marco Maciel (DEM) tentará conquistar seu quarto mandato sem articular uma programação própria de campanha. A estratégia é seguir a agenda comum da chapa majoritária oposicionista até a eleição. A ordem é fazer com que daqui para frente o democrata “ande colado” com o candidato a governador pela coligação Pernambuco Pode Mais, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), e o deputado federal Raul Jungmann (PPS), segundo candidato ao Senado.

O silêncio de Maciel permanece até agora como sua marca na eleição. O democrata já participou de alguns eventos, todos com a presença de Jarbas. Não promoveu, até o momento, aparição individual como vem fazendo maciçamente Raul Jungmann. O democrata esteve no anúncio da confirmação de Jarbas para disputar o governo de Pernambuco, no almoço oferecido no Recife ao presidenciável tucano José Serra e no pré-lançamento da candidatura deJarbas, no Chevrolet Hall.

Ao mesmo tempo em que restringe as suas aparições públicas, o democrata se movimenta nos bastidores. Sua agenda engloba visita a amigos, lideranças políticas, contatos com instituições, entidades de classe e universidades. Macielista de carteirinha, o deputado federal André de Paula (DEM), defende o corregilionário, afirmando que Maciel faz política de forma solidária. “Ele não trabalha no individualismo. Quando não tiver agenda conjunta, fará visitas institucionais, conversará com lideranças políticas, fará contatos. Esse é o estilo dele. Não adianta querer mudar. Maciel é um homem político, faz política 24 horas por dia ao longo do mandato, independentemente de eleição”, afirmou André.

Para justificar o estilo “silencioso” do correligionário fazer política, ele contou que, no ano passado, o próprio Maciel articulou sua presença na festa de 80 anos do ex-prefeito de Santa Maria da Boa Vista, Noé de Barros, sem que os caciques da legenda tomassem conhecimento. “Ele ligou para Guilherme Coelho (ex-prefeito de Petrolina) para providenciar um transporte. Foi de avião até Petrolina e de lá viajou de carro para prestigiar a festa do amigo”, disse.

Ele enfrentará uma eleição com um quadro reduzido de aliados e terá outro obstáculo a superar: Pela primeira vez, em mais de 40 anos de disputa, entra numa eleição sem dispor da máquina pública no âmbito federal, estadual ou municipal. “Todas as eleições foram difíceis, mas ele está preparado”, assegurou André de Paula.

Redação do Espaço Notícias - 18 de julho de 2010

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