Defesa civil está despreparada para enfrentar tragédias, aponta TCU

Investigação feita por uma equipe de auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou graves falhas no sistema de defesa civil, em nível nacional. O relatório, elaborado a partir de requerimento aprovado pelo Senado Federal, serviu para constatar que o setor está despreparado para enfrentar tragédias como as mais recentes chuvas no Nordeste, que já deixou várias mortes e milhares de desabrigados.

A disparidade na distribuição de recursos a estados e municípios para a prevenção de desastres foi um dos problemas constatados. A auditoria apurou que, entre 2004 e 2009, quase R$ 935 milhões foram comprometidos com obras e serviços.

A Bahia foi atendida com a maior parcela dos recursos liberados (37%); Mato Grosso recebeu 17%; São Paulo, 8,9%; e Rio de Janeiro, que este ano sofreu uma tragédia semelhante aos estados de Pernambuco e Alagoas, recebeu somente 0,67%. Sempre atingido por enchentes, o estado de Santa Catarina ficou com 0,7% dos recursos.

Para o TCU, é preciso explicitar os critérios de transferência, não havendo na situação atual elementos para explicar o porquê da concentração de recursos em tão poucos estados. A destinação desses recursos é feita pelo Ministério da Integração Nacional. Faz parte da estrutura do Ministério a Secretaria Nacional de Defesa Civil (Sedec), órgão operacional do sistema encabeçado pelo Conselho Nacional de Defesa Civil e que integra as unidades de defesa civil nos estados e municípios.

No que se refere a ações emergenciais, a constatação é de que os recursos recebidos são sempre inferiores para o restabelecimento da normalidade nas áreas atingidas. O TCU apontou, ainda, outras falhas na coordenação das ações feitas pela Sedec, como o reduzido número de servidores; o baixo número de inspeções; a falta de conhecimento sobre os mecanismos para aquisição de recursos por parte dos funcionários dos municípios; deficiências nos sistemas informatizados do órgão, e a falta de integração entre os órgãos da União e dos demais entes federativos.

Por outro lado, os auditores do TCU verificaram que os funcionários públicos dos estados e municípios pouco conhecem os trâmites para viabilizar os recursos em situações de desastres – processo iniciado com a declaração de estado de calamidade e concluído com a aprovação dos planos de trabalho. Assim, os recursos são liberados com processos incompletos e até sem a aprovação dos planos. (As informações são da Agência Senado)

Redação do Espaço Notícias - 27 de junho de 2010

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