Empresas do Polo Gesseiro podem ter serviços suspensos no Sertão de PE

Empresas do pólo gesseiro em Araripina (Foto: Mariana Banja/Ascom MPT)
O Ministério Público do Trabalho (MPT) de Pernambuco informou na última segunda-feira (19), que deverá ajuizar na Justiça do Trabalho um pacote de 67 ações civis públicas contra empresas inspecionadas nos municípios de Araripina, Trindade e Ipubi, todas no Sertão do estado. A medida é resultado de uma fiscalização realizada pelo MPT entre os dias 5 e 9 de outubro, onde foram inspecionadas 78 empresas calcinadoras de gesso.
Durante a ação foram verificadas as condições de trabalho no polo gesseiro. O foco principal foi averiguar o registro de vínculo empregatício e o ambiente de trabalho dessas pessoas.
“O Polo Gesseiro é uma preocupação do Ministério Público já de muitos anos, devido à informalidade e questões ligadas ao meio ambiente. Sabemos da importância da atividade gesseira para a região, que hoje é responsável pela produção de cerca de 95% do gesso do país, gerando dois mil empregos diretos e 60 mil indiretos. Mas, apesar de toda essa importância para o desenvolvimento econômico, os impactos são catastróficos para o meio ambiente”, alega a procuradora do Trabalho, Vanessa Patriota.
Para o MPT, a produção do gesso causa sérios problemas que envolve a degradação da vegetação e a poluição do ar, solo e das águas. Existem ainda riscos para os trabalhadores, que muitas vezes executam a atividade de forma clandestina, sem os equipamentos de proteção coletiva e sem condições de higiene dos banheiros. Em alguns locais não é disponibilizado água potável.

“Percebemos a degradação da caatinga, que é utilizada no forno. Alguns locais, chamamos de cidades branca, porque tem muito pó no local. Em alguns locais parece até que estamos na neve. Eles dizem que não causa riscos, mas pode causa rinite, deixar os olhos vermelhos e até causas problemas sérios, como doenças crônicas”, detalha, Vanessa. (Via: PE Notícias)

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