Governo Federal vai cortar R$ 26 bilhões e aumentar impostos

O governo decidiu cortar R$ 26 bilhões em seus gastos e vai propor a criação da CPMF, como forma de aumentar as receitas e tentar minimizar o aumento de impostos cobrados diretamente dos contribuintes. A tendência é que a alíquota fique em 0,2% de todas as transações financeiras e que tenha data para acabar. Na semana passada, integrantes da equipe econômica sugeriram que a validade fosse de dois anos.

Os cortes e novas tributações são parte de um conjunto de propostas preparado pela equipe econômica nos últimos dias, gerando uma conta de cerca de R$ 65 bilhões. O pacote foi montado para cobrir o déficit de R$ 30,5 bilhões no Orçamento do ano que vem e garantir um superávit de 0,7% do PIB.
Nem mesmo os programas sociais vão escapar dos cortes. Dilma já tinha decidido recriar aCPMF no mês passado, mas desistiu da ideia diante da repercussão negativa no Congresso.
Dentro dos cortes está prevista a venda de ativos da União, o congelamento de nomeações e de concursos públicos, além de uma reforma administrativa e redução no custeio.
O pacote foi discutido esta manhã, no Palácio do Planalto, em reunião de coordenação política, da qual participa a presidente Dilma Rousseff, líderes da base governista no Congresso e uma série de ministros, entre os quais Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).
Na semana passada, Dilma convocou seus principais ministros para ordenar que seja feito um pente-fino em todos os benefícios sociais concedidos pelo governo. A ideia é identificar e estancar fraudes e desperdícios. Um participante da reunião disse que possivelmente haverá um recadastramento dos beneficiários, para que seja verificado se todos os que recebem atualmente renda do governo cumprem todas as exigências.


A crise econômica, que já era grave, ficou pior na última quinta-feira, quando a agência de risco Standard& Poor's rebaixou o Brasil, tirando-lhe o chamado grau de investimento. Reservadamente, a avaliação do Ministério da Fazenda é que a perda dessa espécie de atestado de país bom pagador acabou reforçando os argumentos de Levy de que é preciso que o governo corte na própria carne, para dar exemplo de austeridade fiscal.

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