Governo Dilma tem pior avaliação desde Sarney, mostra pesquisa

A rejeição à presidente Dilma Rousseff aumentou ainda mais no fim de junho, derrubando a avaliação ótima/boa de seu governo para um dígito, arrastada pelo quadro econômico e político, no pior resultado desde o ex-presidente José Sarney no final de 1989, mostrou pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira.
Segundo o gerente de Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, as avaliações do governo e da presidente estão atreladas à percepção da população sobre o cenário econômico e ao impacto do noticiário negativo, principalmente relacionado aos desdobramentos da Operação Lava Jato.
“Claramente a gente percebe, até pelas notícias, que há dois fatores negativos:  o lado econômico, com aumento do desemprego, inflação ainda muito alta, o ajuste fiscal acirrando essa questão — porque a correção passa exatamente pela correção da demanda –, e o lado político, toda a questão da corrupção, toda a questão da disputa no Congresso”, explicou Fonseca.
“É exatamente  uma conjugação da crise política e da crise econômica que está levando a esses baixos níveis de popularidade.”
A avaliação ruim/péssima foi a 68 por cento no fim de junho, ante 64 por cento em março. A pesquisa, contratada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), apontou ainda que apenas 9 por cento avaliam o governo como ótimo ou bom, ante 12 por cento três meses antes.
Segundo série histórica do Ibope, a taxa positiva de Dilma repete os 9 por cento do governo Sarney em novembro de 1989.
Os que avaliam o governo Dilma como regular passaram para 21 por cento, ante 23 por cento em março. Os números do novo levantamento vêm num quadro de inflação alta, fraqueza na atividade econômica e desemprego crescente.
E não há perspectiva de melhora no horizonte. Segundo a pesquisa, a população está mais pessimista em relação ao restante do governo, com 61 por cento dos entrevistados prevendo que o governo será ruim/péssimo, ante 55 por cento em março. Apenas 11 por cento acreditam que o governo será ótimo/bom, contra 14 por cento apurados em março.
Fonte: Reuters

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