O ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa negou nesta terça-feira (10), em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado que investiga irregularidades na estatal, ter utilizado a companhia para se beneficiar em negócios.
Costa é acusado de receber propina e de participar de esquema de lavagem de dinheiro investigado na Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal em março e cujo processo está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF) em razão de suspeitas de envolvimento de parlamentares no caso.
“Repudio veementemente que a Petrobras era organização criminosa, que tinha outra pessoa que fazia lavagem de dinheiro, que foi dito pela impresa que eu tinha participação nos negócios, repudio. E coloco que a Petrobras não é nada disso do que está se falando. [...] Foram colocados dezenas de fatos de situações irreais, que eu repudio veementemente, que a Petrobras era casa de negócios, que existe organização criminosa lá dentro.”
Paulo Roberto foi um dos 13 presos na Operação Lava Jato por suspeita de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas que movimentou cerca de R$ 10 bilhões.
Também foi preso na operação o doleiro Alberto Youssef, acusado de movimentar um mercado clandestino de câmbio. O ex-diretor da estatal foi solto por ordem do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), mas o doleiro continua preso.
Costa é suspeito de receber propina do doleiro para favorecer empresas em contratos para a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. Os pagamentos teriam sido feitos entre julho de 2011 e julho de 2012. A obra de Abreu e Lima também é alvo de apuração por suspeita de superfaturamento.
No depoimento aos senadores, Costa afirmou que as acusações de envolvimento no esquema o prejudicaram porque ele passou 35 anos na companhia.
“Isso para mim foi muito ruim porque 35 anos de Petrobras não se joga na lata do lixo. [...] Fiquei oito anos na diretoria. Ninguém fica oito anos se ele não zelar pela companhia, não for capaz tecnicamente e eticamente.”
A exemplo de outros depoimentos, a reunião da CPI foi esvaziada porque a comissão exclusiva do Senado foi boicotada pela oposição, que quer concentrar esforços na CPI mista de deputados e senadores.
Por volta de meio-dia – o depoimento começou pouco depois de 10h – apenas os senadores Humberto Costa (PT-PE), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) acompanhavam a fala, além do presidente da CPI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), e do relator da CPI, José Pimentel (PT-CE). Também participaram ao longo da sessão os senadores Acir Gurgacz (PDT-RO), Anibal Diniz (PT-AC) e Antonio Carlos Rodrigues (PR-SP).
Fonte: G1
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