Após morte de dois policiais durante testes físicos de seleção, comando inclui aulas preparatórias na PMBA

A Polícia Militar da Bahia decidiu suspender o processo seletivo do Curso de Operações Policiais Especiais (Copes), que vinha realizando, até que sejam concluídas as investigações sobre as circunstâncias da morte de dois policiais, durante uma das etapas da seleção, ocorrida no início desta semana. Outros dois PMs sentiram-se mal durante a prova, necessitando de atendimento médico, um deles segue internado. As vítimas fatais foram Luciano Fiuza de Santana, 29 anos, e Manoel dos Reis Freitas Júnior, 34.

O corpo do soldado Freiras Júnior foi sepultado na quarta-feira, 18, no município de Valença, terra natal do policial. Já o policial Fiuza foi enterrado, em Salvador, no cemitério do Campo Santo, na quinta. Ele faleceu na madrugada anterior. 

De acordo com a PM, ainda estão sendo ouvidas testemunhas e não há suspeita sobre o que teria provocado o mal-estar e a morte dos policiais. Um perito oficial médico legista foi integrado à equipe de investigação. O comandante-geral da PM baiana, coronel Alfredo Castro, afirmou que todos os policias que participavam do teste de aptidão física já haviam sido submetidos a uma bateria de exames e aprovados. No teste em questão, os policiais teriam que percorrer 10 km em 60 minutos.

"Ninguém estava disputando para ver quem chegaria primeiro, e todos estavam aptos aos exercícios", garantiu o comandante.

Já foi anunciado que o curso recomeçará com a inclusão de uma nova etapa. Agora os policiais passarão por uma preparação antes da realização das provas de capacidade física, e ai só depois realizarão as três etapas que ainda faltam para a conclusão do curso: transposição de muro, flutuação uniformizada e apneia na água. A prova foi realizada no Batalhão de Choque, em Lauro de Freitas, na Região Metropolitana de Salvador. 

Segundo Castro, para evitar situação semelhante à que ocorreu com os policiais, o curso vai preparar os militares com aulas durante os meses de fevereiro a março, para que eles conheçam as condições físicas pessoais para decidirem se realizam o exame ou não. "Será como um pré-vestibular. Esse preparo não tem caráter eliminatório", explicou.

De acordo com o comandante, esta foi a sexta edição do curso promovido pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e todos os candidatos fizeram exames médicos para certificação de que estavam aptos a participarem do processo.

"Nós preparamos para o dia a dia da nossa profissão. Adaptamos o homem às condições de trabalho", disse o comandante.

As aulas da nova etapa começam no dia 3 de janeiro de 2014 e seguem até fevereiro, sendo que não há data prevista para o próximo exame do Copes.

Perícia 

Não há previsão para o resultado da toxicologia realizada nos policiais envolvidos. Conforme o comandante, é preciso fazer outros exames para se chegar à motivação do incidente.

Também foi levantada a hipótese de uso de substâncias para melhorar o condicionamento físico, que é investigada pela polícia. "Um teste antidoping foi feito 30 dias antes, mas não vai impedir que o candidato use alguma substância antes do THE", afirmou Castro.

Transplante 
Um dos policiais que passaram mal, o tenente Joserrise Mesquita de Barros Nascimento, de 30 anos, vai precisar fazer um transplante de fígado. Segundo a Associação dos Praças, Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), ele teve falência hepática. Com informações A Tarde.

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