Comida regional para turistas da Copa

Gilberto Freyre, no seu Guia prático, histórico e sentimental sobre a cidade, já dizia que o Recife é um lugar que se descobre por dentro. Gastronomicamente, a capital não é, por exemplo, como Salvador, onde mal chegamos e o cheiro de dendê tão forte nos dá a impressão de poder ser cortado por faca. Para facilitar o acesso dos visitantes que vem ao Recife conferir a Copa das confederações aos nossos cartões-postais comestíveis, dez restaurantes da cidade dão início, nesta sexta (14), a um festival em que culinária regional ganha evidência.
“A idéia é simples: dar visibilidade amplificada aos nossos sabores. O melhor momento para isso é agora, tempo de Copa das Confederações e, brevemente, de Copa do Mundo”, explica o jornalista Edgard Homem, idealizador e coordenador do projeto Degustando Pernambuco, com apoio da Assembléia Legislativa de Pernambuco e da Associação dos Restaurantes da Boa Lembrança.
“A cozinha pernambucana é uma das mais ricas do Brasil e, no entanto, não tem o status que a sua qualidade lhe permite. É para dentro. Desfrutam de sua alquimia as famílias mais abastadas, que podem dispor de exímias cozinheiras para executar as suas complexas receitas, ou os iniciados, aqueles que conhecem os endereços quase sempre escondidinhos que servem o cozido ou a galinha à cabidela dos sonhos”, explica o jornalista.
Entre os dias 15 e 30 de junho, quando acontece a Copa das Confederações, 11 restaurantes encampam o projeto. São eles: Café Porteño (com moqueca), Wiella Bistrô (carne de sol com purê de feijão verde), La Comédie (cozido), Cozinhando Escondidinho (arrumadinho de charque), Barbarico (caldeirada de frutos do mar), Ponte Nova (carne de charque com jerimum), Jalan Jalan (moranga de charque com macaxeira), Oficina do Sabor (rabada), Leite (camarão ao molho de coco), Sete Mares (peixada pernambucana), e Villa Sandino (com galinha à cabidela).
Nem todos os restaurantes escolhidos trabalham habitualmente com a chamada comida regional. “A ideia foi recrutar restaurantes que são referências em qualidade de serviço e notórios em suas propostas gastronômicas. Alguns, como o centenário Leite, já tem clássicos da cozinha regional em seus cardápios”, diz ele. No histórico restaurante do Centro do Recife, o chef Bigode participa do festival com um tradicional e pernambucano camarão ao molho de coco. Graúdos, os crustáceos são puxados em cebola e coentro no azeite e finalizados com um leve toque de molho de tomate e leite de coco rigorosamente fresco.
Alguns clássicos receberam tratamento ligeiramente estetizado. Joca Pontes, por exemplo, fez uma “Charque amostrada”: desfiada, com creme aveludado de jerimum e queijo de coalho grelhado. - Fonte: JC Online

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