No Recife, tumulto marca evento de comemoração dos 33 anos do PT


Briga PT
O auditório do Hotel Jangadeiro, em Boa Viagem, no Recife, foi palco na noite desse sábado (9) de mais um enfrentamento entre petistas pernambucanos. O evento marcado para comemoração dos 33 anos do partido e dez anos de poder à frente do governo federal se converteu em troca de acusações entre os militantes que apoiam o ex-prefeito João da Costa e os integrantes da tendência majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB) – liderada no Estado pelo senador Humberto Costa, que não participou da reunião.
Os petistas partidários do ex-prefeito invadiram o auditório xingando o presidente estadual da legenda, Pedro Eugênio, de “frouxo”. A irritação começou porque João da Costa e o presidente da sigla no Recife, Oscar Barreto, não foram convocados para fazer parte da mesa, que tinha entre os integrantes o deputado federal João Paulo, ex-aliado e hoje desafeto de João da Costa.
“Hipocrisia, cadê a democracia!” e “Presidente frouxo!” eram frases ditas pelos manifestantes, interrompendo a fala do representante do PDT, André Negromonte. Do lado de fora da sala de reunião, alguns militantes petistas trocaram tapas. O constrangimento tomou conta do auditório e Pedro Eugênio assumiu o microfone para se explicar: “Pessoal, a composição da mesa foi decidida pela executiva”, sendo rebatido de imediato pelo integrante da executiva Gilson Guimarães.
Desculpas
Sentado na primeira fila, João da Costa não moveu sequer um músculo do rosto para serenar os ânimos. Quando o clima parecia acalmar, a mestre de cerimônias esqueceu de citar o deputado estadual André Campos. “Desculpem, foi uma falha”, redimiu-se o presidente do partido, enquanto o deputado saía do auditório de costas para a mesa.
Com a voz embargada, a deputada estadual Teresa Leitão desculpou-se com o ex-prefeito. “Peço desculpas ao prefeito João da Costa por não ter citado com veemência seu nome”, disse. Teresa cobrou dos presentes unidade, pedindo que o evento se traduzisse no primeiro gesto de repactuação da unidade. “Se quisermos continuar protagonistas, a direção partidária tem que se tocar que a coisa mais importante da política é o gesto. Por que diabos a gente não pode repactuar aqui?”, cobrou.
Representando o governador Eduardo Campos, o dirigente do PSB, Sileno Guedes, passou rapidamente pelo hotel, saindo antes do ato começar. Já o senador Armando Monteiro (PTB) discursou e saiu antes da confusão.
Terminado o evento, Pedro Eugênio condenou as manifestações e disse que não deixará de promover eventos partidários por divergências políticas. “Sabíamos dos riscos de isso acontecer, mas não poderia deixar de fazer. Não me arrependo. O que aconteceu hoje não tem justificativa”, concluiu. João da Costa disse apenas que “é isso que dá quando se chama uma pessoa de luto para uma festa”, fazendo referência aos problemas internos do PT. (Fonte/foto: JC Online)

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