Pesquisa afirma que 46% dos brasileiros seriam a favor a pena de morte

          Nos últimos 12 meses, quatro em cada cinco brasileiros mudaram de hábitos por causa da violência. Como resultado direto, também é cada vez maior o número de pessoas a favor de punições maiores, incluindo a pena de morte, a prisão perpétua e a diminuição da maioridade penal. Em alguns casos, defende-se até a violência policial. É o que mostra uma pesquisa da CNI/Ibope sobre segurança, feita em julho, com 2.002 pessoas em 141 cidades.

          Mesmo concordando com o uso de penas alternativas em casos de delitos leves, 83% dos entrevistados acredita que penas mais severas reduziriam a criminalidade. A maioria reclama que a impunidade vem aumentando. Mais da metade (51%) apoia totalmente a prisão perpétua, inexistente no Brasil. Um porcentual significativo (31%) defende a adoção da pena de morte e outros 15% acham que esta pode ser justificada em alguns casos.

          O levantamento informa, ainda, que 80% dos brasileiros mudaram seus hábitos no último ano, por causa da violência. A maior parte dos entrevistados pela CNI prefere não andar com dinheiro, preocupa-se mais ao chegar ou sair de casa e do trabalho, evita sair à noite e até mesmo deixou de circular por determinadas ruas ou bairros como medida de segurança. O mesmo número de pessoas diz ter assistido, nos últimos 12 meses, algum ato de violência ou algum crime; 30% foi ou teve um parente próximo vítima de um crime.

          A pesquisa mostra que um quarto dos entrevistados, mesmo sem ter confiança na polícia, acredita que a violência oficial pode ser justificada pela violência dos criminosos. Outros 25% concordam em parte com essa afirmação.

          Outra contradição envolve a proibição da venda de armas, derrotada no plebiscito de 2005. 54% dos entrevistados, hoje, se declararam contrários ao porte de arma pela população.

          Maioridade - O constante envolvimento de menores em crimes tem um reflexo claro na pesquisa. Dos entrevistados, 75% defendem a redução da maioridade para 16 anos e o mesmo número acredita que adolescentes que cometem crimes violentos deveriam ser punidos como adultos.

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