Número de vítimas de moto é 30 vezes maior do que com automóveis

Os acidentes com motos já ultrapassaram as colisões envolvendo carros em Pernambuco. Números de atendimento do Hospital da Restauração (HR), a maior emergência do Estado, revelam que as motos não só estão fazendo mais vítimas do que as armas de fogo como também já são líderes da violência no trânsito. Representam mais da metade dos acidentes com veículos de quatro rodas. As colisões com motoqueiros superaram até mesmo os atropelamentos, que provocam, em média, mais de dois mil atendimentos por ano naquels unidade de saúde.

Em 2007, enquanto 1.352 pessoas foram atendidas no HR vítimas de capotamentos e colisões (seja com outro veículo, animais, muro, poste ou árvore), as motos deixaram 3.027 feridos. Os atropelamentos no mesmo ano atingiram 2.520 pessoas. Em 2008, foram 3.130 ferimentos por motos contra 1.227 por acidentes. Em 2009, o cenário se manteve: 1.242 pessoas feridas em acidentes com veículos de quatro rodas e 2.951 com motocicletas. Este ano, segundo levantamento feito até o dia 20 de maio, a prevalência das motos se mantém. Já são 44 feridos em acidentes com carros contra 1.201 com motos.

“As motos estão prevalecendo em tudo e isso é muito preocupante porque a gravidade desses ferimentos é muito maior do que os que envolvem carros. O acidente mais leve de moto geralmente é mais grave do que a colisão mais simples de carro. Isso porque o motoqueiro está sempre exposto. A cabeça dele funciona como para-choque”, alerta o diretor médico do HR, Hélder Corrêa. “Sabemos que 40% das pessoas envolvidas em acidentes com motos têm afetadas estruturas nobres do corpo, como a coluna. Desse percentual, pelo menos 50% dos feridos ficam paraplégicos ou tetraplégicos”, acrescenta.

O médico vai mais além. Alerta que os acidentes com motos também custam muito mais caro do que qualquer outro tipo de colisão no trânsito. “Uma pessoa vítima de um acidente com moto fica, em média, três meses internada, quando não é muito mais. Um tratamento que envolva cirurgia e próteses custa, no mínimo, R$ 20 mil. E o custo não para por aí. Geralmente são pessoas em plena atividade produtiva, entre 18 e 45 anos, que ficam inválidas, gerando mais despesa em casa e para o governo”, reforça.

Há tratamentos de acidentados de motos que podem custar mais de R$ 50 mil. O recepcionista José André dos Santos, 23 anos, é um exemplo. Depois de bater numa árvore enquanto dirigia alcoolizado uma moto e ser atropelado duas vezes por carros distintos, o recepcionista ficou um mês e 15 dias em coma e mais três meses na UTI do HR. O acidente aconteceu em novembro do ano passado e, pelo menos, até setembro ele permanecerá com ferros na perna direita para tentar colar os ossos quebrados na colisão. Ficou com uma perna mais curta do que a outra, teve um derrame na face e só andará com o apoio de muletas. “Nunca mais quero ver uma moto na minha frente. Foi um milagre de Deus eu estar vivo. Já vendi ela e, se puder convencer todas as pessoas que conheço a nunca subirem numa, farei”, diz. Que muitos sigam o exemplo dele.

"?As motos estão prevalecendo em tudo e isso é muito preocupante porque a gravidade desses ferimentos é muito maior do que os que envolvem carros?."

Há um provérbio antigo que diz: se não é possível combater o inimigo, junte-se a ele. Essa notícia é um exemplo prático disso. Já que o Brasil não vai dar um freio na proliferação das motos (ou mortes, como popularmente já estão sendo chamados os veículos sobre duas rodas), a tecnologia pode ser uma grande aliada para reduzir o número de mortes. Vejam a notícia:

CAPACETE IMITA O REVESTIMENTO DA CABEÇA E PROTEGE ATÉ 70% MAIS
A empresa Lazer Helmet criou um capacete capaz de aumentar a proteção dos motoqueiros em até 67.5%, o SuperSkin Solano. A diferença do SuperSkin Solano é uma cobertura que imita a carne humana, cede ao choque e gira ao redor do capacete no lugar da cabeça. O material que cobre o capacete também se retrai até oito vezes, diminuindo o impacto. O capacete já está disponível na Europa e será vendido ano que vem nos Estados Unidos, mas não há previsão de quando chegará ao Brasil. O inventor do material que o reveste é o inglês Ken Phillips.

Um acidente de moto pode danificar o cérebro de duas maneiras: no golpe direto, quando sua cabeça se choca contra o asfalto, a guia ou um carro; e depois, quando sua cabeça gira ao redor do pescoço, e a massa cinzenta vai batendo contra a parede do crânio por consequência do movimento. Isso acontece porque os capacetes comuns protegem do impacto externo, mas não impedem a rotação da cabeça.

Informações JC ONLINE.


Por: Gilmar Dantas

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