Produção industrial deve fechar 2012 em forte queda

A produção industrial recuou 0,6% em novembro de 2012, quando comparada com outubro. A tendência é que esta atividade econômica termine o ano em forte queda, já que até agora o índice acumula perda de 2,6%. Será o primeiro ano de recuo desde 2009, quando agravou-se a crise internacional. O número, que por ser ainda livre de influências sazonais pode ser revisto, elimina a variação positiva de 0,1% observada no mês anterior.
A causa para o fraco desempenho da produção industrial pode ser explicada por uma conjunção de diversos fatores, explicou o gerente André Macedo, porta-voz do IBGE. Um deles é a queda de 2,8% na produção automotiva, que vinha registrando altas acentuadas desde a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O setor representa cerca de 50% do índice.
“Há um maior endividamento das famílias, uma expectativa mais baixa dos empresários em relação à recuperação da economia, o mercado internacional ainda está muito debilitado devido à crise, além da enorme quantidade de produtos importados”, afirmou.
Na série sem ajuste sazonal, no confronto com igual mês de 2011, o total da indústria apontou queda de 1,0% em novembro de 2012, após registrar avanço de 2,5% em outubro, mês em que interrompeu a sequência de treze meses de taxas negativas nesse tipo de comparação. O recuo de novembro mostra que esta leve recuperação, apresentada durante os primeiros meses do segundo semestre, ainda não é sustentável.
Apesar da baixa produção industrial, os índices que medem o consumo interno não param de subir. Esta demanda, segundo Macedo, está sendo suprida pelo aumento das importações e pelos estoques acumulados das empresas brasileiras. Daí, a produção não apresentar recuperação.

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